São Paulo é conhecida por ser uma cidade cara – principalmente quando o assunto é restaurante. Mas a verdade é que dá para comer bem sem gastar muito. Tanto que o guia Michelin, o mais renomado em gastronomia, anunciou nesta segunda (6/5) que mais cinco casas paulistanas receberam o selo Bib Gourmand, que destaca justamente os restaurantes que têm ótimo custo-benefício.
São casas que apresentam alta gastronomia e preços não tão altos assim.
Balaio IMS, A Baianeira, Corrutela, Barú Marisqueria e Komah agora figuram na lista ao lado de casas como Arturito, Petí Gastronomia, Mocotó, A Casa do Porco e Jiquitaia, entre outros.
Confira, abaixo, alguns dos restaurantes estrelados pelo Bib Gourmand – onde comer é uma delícia e pagar a conta também é 😉
Balaio IMS
No térreo do Instituto Moreira Salles, onde são realizadas exposições e outros eventos culturais, fica um restaurante que também pode ser tratado como arte. O Balaio, do chef Rodrigo Oliveira – conhecido pelo badalado Mocotó –, traz as diferentes culinárias do país no mesmo lugar.
No cardápio, são encontrados os tradicionais dadinhos de tapioca e torresmo do chef. Mas há também pratos novos, além de opções vegetarianas, sanduíches e saladas. Petiscos e coquetéis fazem o happy hour.
O arroz de linguiça bragantina com costelinha e quiabo é uma das opções de prato principal. O cupim de panela vem acompanhado de cuscuz de milho e fava verde. Para compartilhar, peça a moqueca vegetariana, com caju, palmito, banana da terra, arroz vermelho e farofinha de coco.
A chef de confeitaria Patrícia Moryta oferece opções de sobremesa como a torta de goiaba com sorbet de goiaba e pimenta rosa.
No mesmo prédio fica o Balaio café, com pães de fermentação natural, tapioca e bolos.
A Baianeira
Chegue cedo para conseguir uma mesa n’A Baianeira – as mesas são poucas, e a fila é grande.
Em uma rua tranquila na Barra Funda, o restaurante de Manuelle Ferraz começou como uma vendinha de pão de queijo, na garagem. Ele continua sendo uma estrela por ali e pode vir recheado com carne de panela desfiada e ovo frito.
No almoço, imperam receitas caseiras e bem brasileiras, com sabores da roça. É o caso da galinhada, do baião de dois vegetariano com ovo caipira e do picadinho, que vem acompanhado de banana-da-terra frita frita, couve, farofa, arroz e feijão.
Os pratos se revezam no menu a cada dia.
Barú Marisqueria
Nesta casa, o chef colombiano Dagoberto Torres (também do Suri Ceviche Bar) explora peixes, frutos do mar e sabores latinos.
Sempre atento ao que há de mais fresco, Torres costuma mudar os pratos do cardápio de acordo com a disponibilidade dos melhores ingredientes.
Há chances de encontrar o ceviche clássico peruano, que vem com mandioca cozida e canchita (milho torrado). As tostadas de camarão – tortilhas com camarão, avocado e salsa picante – são uma opção de entrada.
Para bebericar, há drinques que também trazem sabores latinos, como o Playa Blanca, com pisco, óleo de coco e suco de limão.
Corrutela
O Corrutela é uma casa com filosofia sustentável, desde o funcionamento do restaurante até o cardápio. No menu, a gastronomia contemporânea do chef Cesar Costa tem todos os ingredientes integralmente aproveitados.
Um exemplo é o hommus de beterraba amarela, manga salgada e quinoa do cardápio à a carte.
Há quem prefira a couve-flor crocante, apoiada em creme de sementes de girassol e avelã.
O Corrutela ainda oferece menu-degustação em versão herbívora ou onívora.
Komah
O chef Paulo Shin inaugurou seu restaurante de culinária coreana em 2016 – e, desde então, vem recebendo prêmios da crítica especializada. Não é à toa: Shin é cuidadoso e dá toques especiais às suas receitas.
Por ali, até os ingredientes usados são caseiros. É a mãe de Shin, Myung Yul Shin Lee, que os tira direto da sua horta, que fica na região da Serra da Cantareira. As hortaliças, como folha de gergelim, capuchinha, azedinha e ora-pro-nobis, complementam, por exemplo, o Dolsot Bibimbap, que também tem arroz de alga, gema, legumes e carne.
Uma das iguarias que brilha no Komah é o kimchi, acelga fermentada e picante, ingrediente muito típico da cozinha coreana. Ela aparece em vários pratos, como o Kimchi Bokumbap, arroz com kimchi, coberto por omelete.
Arturito
O restaurante da chef Paola Carosella tem como uma de suas características marcantes priorizar os ingredientes orgânicos. Uma constante no cardápio, não faltam itens frescos, naturais e bem criados.
Desde 2008, quando foi inaugurado, o foco da cozinha é explorar as receitas clássicas mediterrâneas, incluindo também as raízes e a criatividade da chef argentina.
No menu de entrada, a vieira é assada no forno a lenha com manteiga de alho. Especializada em carnes, Paola assina um corte nobre de carne brasileira sustentável entre os pratos principais, servida com raiz-forte, aspargos e cebola assada. Uma opção vegetariana é o arroz vermelho com caldo de cogumelos e alga. A carta de sobremesas serve opções como o sorvete de doce de leite artesanal, cacau e avelã.
Fitó
O Fitó é um cantinho nordestino no meio da movimentada rua Cardeal Arcoverde, em Pinheiros.
É nessa casa de fachada simples, branca e azul, que a chef cearense Cafira Foz, a Fitó, serve suas saborosas receitas.
Pelo ambiente interno, que traz aconchego com as plantas que servem de decoração, desfilam pratos como a Paçoca, que vem com carne-de-sol com farinha de mandioca e manteiga de garrafa, servida com baião de dois, banana-da-terra e queijo de coalho.
Já as coxas e sobrecoxas de frango assadas em geleia de taperebá chegam marinadas em tucupi preto e especiarias, servidas com folhas de couve refogadas e batata doce.
Até mesmo a ala das bebidas traz os sabores inconfundíveis do Nordeste: tem refrigerante de cupuaçu e cajuína.
A Casa do Porco
Como o próprio nome do estabelecimento dá a entender, A Casa do Porco é para os fãs da carne suína. No centro de São Paulo, na República, a Casa funciona como restaurante e há também opção Comida Rápida, uma janela no estilo “express”.
O chef Jefferson Rueda tem como filosofia aproveitar a beleza e o sabor do porco por toda sua extensão. No cardápio, portanto, utiliza-se o animal do rabo à cabeça, em versões criativas e contemporâneas.
O Porco San Zé é o principal pedido na casa. Assado lentamente entre 6 e 9 horas, pode vir acompanhado de tutu de feijão, farofa de cebola e tartare de banana. O Bacon Siri é um pequeno sanduíche com pão de batata, bacon, siri, salada e maionese. Há também o Porco 6 versões, diferentes cortes servidos com batata, tangerina e cebolinha.
Em sobremesas, o pudim de leite da casa vem com chantilly de caramelo e algodão doce. Outra escolha pode ser a pamonha, combinada com sorvete de queijo de cabra, crocante de fubá e pipoca com bacon.
Jiquitaia
Sob batuta do chef paraense Marcelo Corrêa Bastos (também do Vista), o Jiquitaia é um dos ícones da culinária brasileira em São Paulo.
Abrigado em um sobrado, perto da avenida Paulista, o restaurante serve pratos executivos no almoço. À noite, é quando fica mais charmoso e aconchegante.
Fazem sucesso receitas que evidenciam os ingredientes brasucas, como o arroz de pato com tucupi e magret e a bochecha de porco, que vem acompanhada de pamonha salgada.
O quiabo é outro ingrediente que brilha no Jiquitaia. Ele aparece em entradas (como a poção de quiabo com missô e gergelim) e em pratos principais (na quiabada com camarão, por exemplo).
Petí Gastronomia
Em seu restaurante, o chef Victor Dimitrow serve receitas contemporâneas e ousadas, a preços justos – não à toa, foi considerado revelação e ganhou o selo Bib Gourmand.
Recentemente, o Petí passou por uma reforma (enquanto seus irmãos, os Petí Panamericana, nos Jardins e em Higienópolis, funcionavam a todo vapor). Mas o restaurante de Dimitrow continua com a proposta de unir gastronomia e arte. Uma das novidades é que o mural do artista Speto – um dos principais nomes no grafite – foi reformulado.
Enquanto observam os murais, os clientes escolhem os pratos no cardápio. O menu é executivo e inclui entrada, prato principal e sobremesa.
É possível começar pelo steak tartare, que vem acompanhado de pão de café, picles de chuchu e maionese de mostarda. O peixe do dia com crosta cítrica, terrine de batata doce, ervilha torta e hollandese de maracujá é uma das opções na etapa principal.