São Paulo ferve com arte! E, sendo assim, a cidade tem museus imperdíveis – tanto para turistas quanto para quem mora por aqui. Pensando nisso, o Giraí selecionou os dez melhores museus de São Paulo.
São locais históricos, como o Masp e o Centro Cultural Banco do Brasil, até museus mais modernos e recentes, como o Museu do Futebol, a Japan House e o Instituto Moreira Salles.
Confira nossa lista, escolha seu museu e curta uma boa exposição!
Masp
Está aí um velho conhecido dos paulistanos – e um dos pontos turísticos mais importantes da cidade. Mesmo nunca tendo entrado de fato no Museu de Arte de São Paulo, o Masp, todo mundo que mora em São Paulo o conhece: o museu chama atenção na Avenida Paulista pelos enormes pilares vermelhos, a parte superior de vidro e o grande vão-livre logo abaixo. Mas vale a pena – e muito! – entrar no Masp.
O Masp foi inaugurado em 1947 pelo jornalista e empresário Assis Chateaubriand, também conhecido por trazer a televisão ao Brasil. Na época, o Masp ficava na Rua 7 de Abril, no centro.
A famosa arquiteta Lina Bo Bardi (que também é responsável pelo visual do Sesc Pompeia e do Teat(r)o Oficina, por exemplo) foi quem criou o icônico prédio na Paulista. A partir de 1968, o Masp começou a funcionar ali. Lina teve sacadas históricas no projeto, como a criação do vão-livre, pensado para ser um tipo de praça pública, e os cavaletes de vidro que expõem as obras do acervo no segundo andar: ela foi a primeira a tirar os quadros das paredes e mostrá-los no meio do salão, deixando os visitantes livres para observá-los na ordem que quiserem.
O primeiro andar do Masp costuma receber as exposições temporárias. “Tarsila Popular”, que reuniu mais de 90 obras da pintora Tarsila do Amaral, ocupou o local e quebrou recorde de público: foram mais de 350 mil visitantes, o maior público da história do Masp.
O museu ainda tem dois subsolos que também têm espaço para exposições. No segundo subsolo, fica o Café Suplicy, ideal para quem quer fazer um intervalo legal durante a visita, e a lojinha do museu. O espaço tem paredes envidraçadas, que dão uma vista bonita para o lado da Avenida 9 de Julho – vale lembrar que o mirante Mira, que tem uma vista mais alta, está logo ali.
Centro Cultural Banco do Brasil
Está certo que os museus sempre contam a história da arte. Mas o Centro Cultural Banco do Brasil, o CCBB, tem a história já no prédio: o edifício fica no centro velho de São Paulo, naquela região conhecida como “calçadão”, e data de 1901. Lá funcionou, a partir de 1927, um Banco do Brasil mesmo. Em 1992, o CCBB passou a ocupar o local.
Mesmo tendo abrigado o banco e o centro cultural, o prédio não sofreu muitas reformas – foram mudanças mais estruturais, como a instalação de elevadores. Por isso, o edifício foi tombado e continua belo como sempre: são quatro andares conectados com uma escada linda, com corrimão que têm detalhes dourados. Em todos os pisos, há um vão que garante a vista para o hall de entrada.
Todos os andares, incluindo o subsolo, têm espaços para exposições. As maiores mostras do CCBB costumam ocupar o prédio todo!
No térreo, tem uma loja e uma cafeteria gostosa, que também pode dividir espaço com algumas obras de arte.
O CCBB tem ainda teatro, auditório e cinema.
Pinacoteca
Como é linda a Pina! Pertinho da Estação da Luz, um dos lugares mais históricos da cidade, a Pinacoteca fica em um prédio bonito, com tijolinhos à vista, que já foi o escritório do arquiteto Ramos de Azevedo.
Atualmente, a Pina se divide em dois espaços: a Pinacoteca, o prédio principal, e a Estação Pinacoteca, hoje chamada de Pina_Estação, que tem entrada pelo Largo General Osório.
A Pinacoteca principal é o museu mais antigo de São Paulo – foi inaugurada em 1905. Ela tem exposições que destacam artistas brasileiros, com obras que datam do século 19 até os dias atuais. São mais de 10 mil obras no acervo!
Apesar de privilegiar os artistas brasileiros, a Pina já recebeu obras internacionais em exposições temporárias. Foi o caso do artista australiano Ron Mueck, que expôs suas esculturas enormes e mega realistas: foi o maior público da história da Pinacoteca – 402 mil visitantes!
A Pina_Estação existe desde 2004 e recebe parte das exposições temporárias da Pinacoteca. No térreo do prédio, está o Memorial da Resistência, que expõe documentos e imagens históricas que falam sobre a repressão política na cidade.
Ah, e depois de passear pela Pina, vale muito ir ao jardim! A Pinacoteca está num lugar super privilegiado, e seu jardim nada menos é do que o Jardim da Luz. Tem muito verde, lagos, coreto e até um aquário subterrâneo!
Instituto Moreira Salles
Há anos o Instituto Moreira Salles leva a São Paulo exposições com obras de seu acervo, focado principalmente em fotografia, mas que também tem música, literatura e cinema. Finalmente, em 2017, o Instituto ganhou uma casa para chamar de sua. E que casa! O IMS fica em um belíssimo prédio de nove andares, todo envidraçado, na Avenida Paulista.
O arquiteto Marcelo Henneberg Morettin, responsável pelo prédio, precisou encarar o desafio de projetar um museu totalmente vertical. A solução – que teve resultado muito interessante – foi deixar a entrada do museu, a Praça IMS, lá no quinto andar: dá para acessá-la pelas longas (e altas!) escadas rolantes que saem do térreo.
As áreas de exposição somam mais de 1.200 m² – e todas têm pé-direito duplo, o que faz com que o espaço pareça ainda maior! As mostras geralmente trazem fotografias de artistas brasileiros e estrangeiros.
O IMS ainda tem um cineteatro – que recebe mostras de cinema –, uma biblioteca de fotografia (com 30 mil itens!), salas de aula e a Livraria IMS por Travessa, na Praça IMS, comandada pela carioca Livraria da Travessa, que, aliás, ganhou sua primeira casa paulistana, na Rua dos Pinheiros.
Bateu a fome? Então, você também está no lugar certo! A Praça IMS tem o Café Balaio e, no térreo, fica o restaurante Balaio IMS, comandado pelo chef Rodrigo Oliveira, também do Mocotó.
MAM
Quem já foi ao Parque do Ibirapuera, certamente reparou na marquise: com piso lisinho, ela geralmente é tomada por skatistas e patinadores. Ali, embaixo dela, fica o Museu de Arte Moderna (MAM) – e, acredite, deslizar na marquise é legal, mas vale muito dar uma pausa no esporte para conferir o museu.
Uma curiosidade legal é que a marquise, onde o MAM fica, é um conjunto arquitetônico projetado por Oscar Niemeyer e reformado por Lina Bo Bardi, em 1982, para abrigar o museu.
Achou pouco? Então, segura mais essa: o lindo Jardim das Esculturas, na parte externa do MAM, foi projetado por Roberto Burle Marx. São 6.000 m² de arte ao ar livre.
Logo na entrada do museu, há uma parede toda colorida com a obra dos grafiteiros OSGEMEOS.
Por dentro, o MAM tem um acervo com mais de 5.000 obras de artistas nacionais e estrangeiros. Estão ali peças de Anita Malfatti, Alfredo Volpi, Joan Miró, Pablo Picasso e muito mais.
Além da exposição fixa do acervo, o museu recebe exposições temporárias – geralmente, são duas por vez; veja a programação do MAM aqui.
Japan House
A Japan House chegou à Avenida Paulista em 2017 para mostrar o melhor do Japão do século 21, desde a arte até a gastronomia. São Paulo foi a primeira cidade a receber o museu: depois, ele também abriu unidades em Los Angeles, nos Estados Unidos, e em Londres, na Inglaterra.
A Japan House tem três andares com exposições, workshops, seminários e atividades – quem passa por lá são japoneses que despontaram no design, na arquitetura, na ciência, na tecnologia e na moda, entre outras áreas.
O museu já chama a atenção pela fachada: ela é formada por várias peças de madeira, retiradas de um pinheiro típico do Japão, e encaixadas de um jeito bem moderno. Cinco artesãos vieram direto do Japão só para montar a fachada.
Além de curtir as exposições, dá para comer muito bem na Japan House! O restaurante do museu é o Aizomê, da premiada chef Telma Shiraishi. Por lá, aparecem sushis e sashimis, além de uma especialidade diferente da chef: os settos, que são um conjunto de pratos variados que têm como base o gohan (arroz japonês), o missoshiro (o tradicional caldo) e tsukemono, que são legumes em conserva.
Dá também para fazer um lanche ou tomar um belo chá no Café Sabor Mirai, que é tocado pela empresária Kyoko Tsukamoto.
Há ainda um Espaço Multimídia que tem conteúdos eletrônicos, mas, apesar do nome, valoriza os livros e os mangás. São obras sobre viagens, estilo de vida e arquitetura, entre outros assuntos, que ajudam a explorar o Japão.
Itaú Cultural
Muito mais do que um centro cultural, o Itaú Cultural é um instituto que mapeia manifestações artísticas e incentiva a pesquisa e a produção de arte. Bom, já deu para sacar que o lugar entende mesmo de arte, né? Então, vale muito a pena dar uma olhada no prédio do Itaú Cultural, que fica na Avenida Paulista.
O lugar recebe exposições, peças de teatro, shows, bate-papos, debates e muito mais.
Um dos projetos bem bacanas do Itaú Cultural se chama Ocupação. A cada dois meses, mais ou menos, o museu escolhe alguém que marcou a história do Brasil e revisita a trajetória dessa pessoa – a ideia é mostrar o legado e a influência em novas gerações de artistas.
Já ganharam ocupações nomes como Vladimir Herzog, Zuzu Angel, Manoel de Barros, Inezita Barroso, Cartola, Paulo Mendes da Rocha e até grupos de teatro e dança, como o Grupo Corpo e o Grupo Giramundo, e o bloco carnavalesco Ilê Ayiê, o mais de tradicional de Salvador.
O Itaú Cultural também tem um programa chamado Rumos: é um projeto que busca novos artistas e expõe suas obras. O Rumos recebe inscrições e avalia o trabalho e também tem uma equipe que viaja pelo Brasil em busca de novos artistas. O resultado sempre são exposições e debates muito interessantes. Vale a pena ficar de olho!
Casa das Rosas
Sem dúvidas, um dos lugares mais agradáveis e charmosos da Avenida Paulista! A Casa das Rosas é um casarão lindo, de estilo clássico francês, e, de quebra, tem um belíssimo jardim – de rosas, daí o nome da casa.
A casa foi construída em 1935 pelo arquiteto Ramos de Azevedo e tinha 30 cômodos, quadras, pomar, edícula e mais – tudo isso na Paulista, que, na época, concentrava os milionários barões do café. A família de Ramos de Azevedo morou na casa até a década de 1980.
Hoje, a mansão é tombada e, em 2004, foi batizada de Casa das Rosas – Espaço Haroldo de Campos de Poesia e Literatura, em homenagem ao poeta Haroldo de Campos.
As atrações culturais da Casa, portanto, privilegiam a literatura. São exposições, saraus, cursos, peças de teatro, apresentações musicais e literárias e mais.
Quer mais uma dica boa? Lá vai: visite a Casa das Rosas em uma tarde tranquila, ensolarada, e vá até o jardim. Lá, fica o Caffé Ristoro. Dá para tomar um bom cafezinho, comer um pedaço de bolo e observar o lindo jardim da Casa das Rosas. Vale muito a visita!
Instituto Tomie Ohtake
Inaugurado em 2001, o Instituto Tomie Ohtake já é bem conhecido de quem anda por Pinheiros. Ele fica em um prédio apelidado carinhosamente de Melancia, por causa de suas cores, e foi projetado por Ruy Ohtake, filho da artista Tomie.
É legal visitar o Tomie Ohtake porque o museu fica em um centro cultural chamado Complexo Aché Cultural, que também tem livraria, teatro, restaurante e mais.
O Tomie tem 11 salas de exposição, que geralmente exibem artes plásticas, arquitetura e design. As obras são relativamente recentes: as mostras principalmente focam nos últimos 60 anos, aproximadamente, de manifestações artísticas. A ideia é que os artistas apresentados ali tragam a arte da época em que Tomie Ohtake (1913-2015) também atuava.
O instituto recebe exposições de artistas brasileiros e internacionais. As mostras de Salvador Dalí e Joan Miró, por exemplo, causaram filas de visitantes que dobravam o quarteirão!
O Complexo Aché Cultural ainda tem o Teatro Prevent Sênior, que recebe musicais e grandes produções teatrais, o restaurante Santinho, da chef Morena Leite, a Livraria Gaudí e a Loja It, que vende itens de decoração, bijuterias, roupas, bolsas e mais.
Museu do Futebol
Está aí um museu que agrada tanto adultos quanto crianças – e pode agradar até quem não é tão fã de esporte assim. O Museu do Futebol fica no Estádio do Pacaembu e tem estações interativas para contar a história do futebol.
O museu foi inaugurado em 2008 e é um dos museus mais visitados no Brasil. Logo na entrada, você será recebido por um vídeo de Pelé, projetado em uma enorme tela vertical, que te dá as boas-vindas.
Suba as escadas rolantes para começar a visita: são 15 salas incríveis, cada uma com uma atração diferente.
A Sala dos Gols tem televisores para que os visitantes vejam gols históricos, enquanto na Sala do Rádio, dá para ouvir locuções clássicas, desde 1930.
A Sala das Origens mostra como o futebol chegou ao Brasil e como ele foi mudando por aqui – começou como um esporte da elite branca e se popularizou mesmo nas periferias. Desde 2015, o Museu do Futebol também conta a história do futebol feminino.
A Sala das Copas do Mundo traz a história das Copas e os momentos marcantes, bons e ruins – sim, aquele famigerado 7×1 contra a Alemanha está lá.
As crianças se divertem bastante na última sala, a Jogo de Corpo, que tem brincadeiras num campinho virtual (dá para chutar a bola, que é só uma projeção no chão!) e chute a gol.
O Museu do Futebol ainda tem uma cafeteria e uma loja, para quem quiser levar de lembrança uma camiseta de time, bolas de futebol e acessórios.