Tem dias que só um bom vinho mata a sede – principalmente naqueles dias mais frios, quando um vinho tinto cai super bem. Pensando nisso, o Giraí preparou uma seleção com dez ótimos bares de vinhos.
Apesar de todos terem o mesmo protagonista – o vinho, claro -, os bares são bem diferentes entre si. Há locais em que o próprio cliente serve a sua dose de vinho em máquinas. Outros em que os sommeliers e proprietários atendem as mesas pessoalmente e indicam as melhores bebidas da carta. Outros que têm apenas vinhos naturais, feitos sem nenhuma intervenção química. Outros, ainda, possuem um cardápio extenso de pratos e comidinhas, ideais para acompanhar os brindes. E – pasme! – tem até rodízio de vinho.
Confira a lista abaixo e escolha seu wine bar!

Bocca Nera
É fato que paulistano gosta de rodízios – de comida japonesa, de churrasco, de pizza, de petiscos. Que tal um rodízio de vinhos?
O Bocca Nera chegou a São Paulo em 2018, sob comando de Rafael Ilan (também sócio do Bardega – leia mais abaixo) e é o primeiro rodízio de vinhos do Brasil.
Por um valor fixo (que varia nos dias úteis e no fim de semana), é possível bebericar 15 rótulos de vinho.
Vale lembrar que é preciso pedir ao garçom para reabastecer as taças, porque as garrafas não ficam na mesa.
Para quem quiser pegar mais leve, dá para escapar do rodízio e pedir só uma taça de vinho.
O menu de comes traz boas opções de porções para compartilhar. Tem tábua de queijos e embutidos, acompanhada de pães, que harmoniza super bem com os vinhos. Há ainda croquetas de jamon, bolinhas de provolone e palitos de polenta cremosa.
O cardápio também tem pratos mais encorpados, como o risoto de limão-siciliano e o estrogonofe de cogumelos selvagens com arroz negro.
O ambiente é acolhedor e rústico, com algumas paredes decoradas com painéis de madeira e outras em concreto. As paredes também têm porta-garrafas embutidos e vermelhos que expõem os vinhos – e que dão um charme todo especial ao salão.

Bardega
O nome do Bardega já dá a dica sobre a ideia que deu origem ao local: a adega virou bar. Ali, estão mais de cem rótulos de vinho, que podem ser degustados em um esquema bem diferente. O cliente pega uma taça, a sua comanda individual e vai até uma máquina de autoatendimento: dá para escolher o vinho e a dose (de 30, 60 ou 120 ml). Daí é só bater a comanda ali e esperar a máquina encher a taça. A cobrança depende do rótulo e da dose escolhida.
E a ideia dos sócios do Bardega é justamente que os clientes possam degustar vários rótulos e estudar os vinhos. As garrafas inteiras também estão à venda. É possível, portanto, levar seu vinho preferido para casa.
A oferta de vinhos é bem variada e costuma mudar de tempos em tempos. Há bebidas nacionais e outras importadas, vindas de países como Itália, França, Argentina e Chile.
Para acompanhar os brindes, há várias opções de petiscos e de pratos. As queridinhas da clientela são as croquetas de jamon, mas as tábuas de embutidos também merecem atenção.
Para fomes maiores, os risotos harmonizam bem com os vinhos. Tem de limão-siciliano com camarão, de queijo brie e de calabresa com bacon.
A panacota de amora com calda de chocolate branco e a mousse de chocolate belga são sucesso absoluto na hora da sobremesa.
Os vinhos e os pratos são servidos aos clientes em ambiente sóbrio e elegante. A varanda tem mesinhas embaixo de uma bela árvore, enquanto o salão interno também possui mesas altas e coletivas.

Ovo e Uva
Empório, wine bar, restaurante, rotisseria. O Ovo e Uva é tudo isso e caiu no gosto dos frequentadores de bares em Pinheiros – é o endereço certo para quem quer apreciar uma boa taça de vinho, acompanhada de petiscos ou de pratos saborosos.
As prateleiras têm mais de 140 rótulos de vinhos, vindos de mais de 18 países, como Itália, Chile, Espanha e Eslovênia.
A oferta é rotativa, então há chance de sempre encontrar alguma bebida nova por lá. Há uma extensa carta pendurada em uma prancheta, então dá para conferir quais rótulos estão disponíveis no dia.
O salão informal e agradável tem formato de corredor: de um lado, estão as prateleiras de vinhos e as mesas; do outro, as vitrines com queijos e embutidos. Delas, saem as tábuas de frios e queijos, como a mista, que tem mortadela italiana, presunto Parma, parmesão, gorgonzola, iscas de berinjela, abobrinha grelhada, sardela e pães.
Outras boas opções para compartilhar são a burrata, a porção de bolovinho (feito com ovo de codorna) e os croquetes de cupim.
Os pratos que fazem sucesso absoluto são o arroz de pato à cavalo (com ovo frito por cima), com tomate e bacon, e o steak tartare, cortado na ponta de faca e acompanhado de batatas fritas e salada verde.
Nos dias mais quentes, também é agradável se sentar em uma das mesinhas de madeira na varanda.

Beverino
Um pequeno bar, com fachada simples e portas de vidro, passou a atrair os amantes de vinho na região da Santa Cecília. Estamos falando do Beverino, do sommelier Bruno Bertoli, que é diferente porque oferece apenas vinhos naturais e biodinâmicos.
Os rótulos naturais são feitos com uvas orgânicas e não passaram por nenhum tipo de intervenção química, desde o plantio até a fabricação do vinho.
Os biodinâmicos são produzidos com uvas de vinícolas que respeitam a biodiversidade em volta delas – ou seja, nada de produtos que não sejam naturais (o controle de pragas, por exemplo, pode ser feito com o plantio de roseiras em volta das parreiras). As uvas também são cultivadas de acordo com os ciclos lunares e os astros, que, dizem, influenciam no solo.
A oferta de rótulos é rotativa. Há chances de encontrar, por exemplo, o Movia (que vem de uma região na fronteira entre Itália e Eslovênia), o Arbois (do norte da França) e o Vinha Unna (da Serra Gaúcha).
O cardápio de comidas também muda bastante, mas sempre tem boas opções para acompanhar os brindes. Uma delas é o creme de abóbora kabotchá (a abóbora japonesa), cenoura, cogumelos fritos e capuchinha – vai super bem no frio.
Também há chances de encontrar o ravióli frito e recheado com rabada (feita de gado Wagyu, japonês), coberto por molho de pimenta.
É possível se sentar em uma mesinha na calçada ou no pequeno salão interno, que tem balcão e algumas prateleiras. Há apenas 20 lugares.

Vino!
A marca de vinhos existe desde 2002 e já foi restaurante. Em 2018, voltou a receber o público, só que, desta vez, como wine bar. E que bar!
Por ali, há mais de 300 rótulos de vinho – 50 deles podem vir servidos na taça. Dica: não há carta, portanto vá direto nas prateleiras para escolher a sua bebida.
Cerca de um terço da oferta de vinhos vem da Magnum, importadora que pertence ao mesmo grupo da Vino!. Mas há também muitas bebidas de pequenos produtores, o que torna a degustação bem interessante.
Para acompanhar os vinhos, há ótimas opções para comer, preparadas com habilidade pelo renomado chef Flávio Miyamura (também do Extásia).
Vale pedir o ragu de linguiça, que chega à mesa coberto por um ovo frito com gema mole, e a porção de croquetes de cogumelo. Tem ainda espaguete carbonara (que vai super bem no friozinho) e paleta de porco crocante com maçãs salteadas.
Se a ideia for dividir algo com os amigos, peça uma das tábuas com queijos, embutidos e pães.
Dá para pedir os bons vinhos e os saborosos pratos no piso térreo do bar, que tem um balcão com banquetas e mesinhas altas. Mas, se a ideia for um ambiente mais reservado, vá ao segundo andar: lá está um lounge com sofás e poltronas – o teto é retrátil e há vista para a rua.
Para deixar tudo mais aconchegante, há música ambiente, que fica um pouco mais alta a partir das 22h.

Sede261
O Sede261 tem ambiente intimista, ideal para um passeio a dois ou em um grupo pequeno. São apenas 20 lugares no bar – dez em uma mesa coletiva, no salão com tijolinhos à vista, e outros dez na calçada. A própria rua também contribui para o conforto: é uma pequena e tranquila travessa, com paralelepípedos. É o bar ideal para se sentir em casa.
As sommeliers Daniela Bravin e Cassia Campos oferecem cerca de 30 rótulos de vinho, que costumam mudar semanalmente – e são elas mesmas que vêm atender os clientes nas mesas. Não hesite em pedir dicas para as sommeliers: não há carta impressa, mas as duas têm todas as informações na ponta da língua.
Há opções de vinhos tinto, branco e rosé, servidos em taças. É possível, por tanto, experimentar várias bebidas.
Por lá, passam vinhos vindos de Portugal, Suíça, Argentina e França, entre outros países.
Se quiser comer bem no Sede261, vale visitar o bar aos sábados: é quando o local recebe um festival de ostras, a partir das 14h.

Prosa e Vinho
Os sommeliers Daniela Peres e Rubens Lastre escolheram o terraço da galeria Metrópole, no terceiro andar do prédio, para abrir seu bar e receber os apreciadores de vinhos. É mesmo o lugar ideal para um bom bate-papo entre um gole e outro.
Com bela vista para a praça Dom José Gaspar, é possível se acomodar nas mesinhas do lado de fora ou no pequeno salão, que funciona como um misto de loja e wine bar. Há cerca de 370 rótulos nas prateleiras – e eles costumam ter preços bem convidativos.
Há vinhos importados, como portugueses, búlgaros, chilenos e alemães, mas também nacionais. Tem bebidas, por exemplo, vindas da vinícola gaúcha Guatambu.
O cardápio é bem organizado, com os vinhos divididos em seções (há garrafas feitas a partir de colheitas tardias e outras técnicas curiosas) e países de origem.
O menu também tem espumantes, vinhos sem álcool, sucos e chás.
A fome pode ser enganada com comidinhas como empanadas e pães.

LiBar
Ir ao LiBar é sempre uma surpresa. Anexo à escola de vinhos Ciclo das Vinhas, o bar é tocado pela sommelier Alexandra Corvo, que dá aulas ali. No balcão, ela oferece cerca de 15 rótulos (na garrafa ou na taça), que mudam de acordo com a época do ano.
Há sempre opções de vinhos tintos e brancos, vindos de países como França, Portugal, Chile e Itália.
É possível se acomodar em bancos, em pufes ou na mesa alta para saborear os vinhos, sempre escolhidos com cuidado por Alexandra.
Como o bar está anexo à escola, o salão também segue a temática e tem estantes com vários livros.
O menu de comes também é rotativo, assim como os rótulos de vinho, mas costuma sempre ter tábuas de frios e petiscos com pães.

Sacra Rolha
O Sacra Rolha realmente trata vinhos e espumantes como se fossem sagrados. O wine bar fica na Vila Mariana e tem fachada interessante, que lembra uma daquelas caixas de madeira onde os vinhos são transportados.
Por dentro, o clima é bem intimista, com decoração elegante e mesas à luz de velas, ideal para casais ou pequenos grupos de amigos.
A carta de vinhos é grande e tem cerca de 150 rótulos. Além dos vinhos nacionais, há opções vindas da África do Sul, Argentina, Portugal, Itália, França, Espanha e Estados Unidos, entre outras origens.
Vale lembrar que, no Sacra Rolha, a ideia é mesmo pedir a garrafa toda – apenas algumas poucas opções são servidas em taças.
O menu também é extenso nos comes. Dá para começar com uma tábua de queijos e embutidos (o cardápio indica de qual país vêm os produtos). A tábua francesa, por exemplo, tem queijo gruyère, blanquet defumado, geleia de frutas vermelhas, patê de queijos azuis, peras, uvas e nozes.
As massas também acompanham bem os vinhos. Tem penne ao limone e linguine ao champignon (com molho cremoso de cogumelos). Se preferir um risoto, vá de Caprese, que leva tomate-cereja, vinho branco, pesto italiano e queijo parmesão. Bem bom!

Ciao! Vino & Birra
Já deu para entender a pegada da casa pelo nome, né? O Ciao! Vino & Birra é um bar italiano dedicado às cervejas e aos vinhos.
São cerca de 60 rótulos, entre tintos, rosés, brancos e frisantes – e sempre tem uma sugestão de vinho em taça que varia de tempos em tempos.
Ao contrário da maioria dos bares de vinho, que têm um ambiente mais elegante e clássico, o Ciao! traz o espírito italiano em um salão despojado e com decoração rústica: tem velas nas mesas, quadros bem-humorados nas paredes, mesões de madeira e até um telefone antigo.
Ah! Aí vai uma boa dica: nas noites de terças e quartas, o bar costuma ter degustação de vinhos. Por um valor fixo, é possível provar até seis rótulos da bebida.
Além dos vinhos mais tradicionais na Itália, a carta também tem rótulos naturais. É o caso do Faccin, que pode vir servido na taça. Entre as garrafas, tem o orgânico Cecchin.
Na Itália, se bebe muito vinho, mas a comida nunca perde a vez! O Ciao! leva o ditado “mangia che ti fa bene” (coma que te faz bem) ao pé da letra. O cardápio tem muitas opções de massas, saladas, antepastos, risotos e carnes.
Dá para começar com a Polenta Alla Carbonara (polenta cremosa com pacetta frita e gema de ovo) e seguir com o raviolone recheado com queijo brie e framboesa ao molho branco e presunto cru.
Tem ainda lasanha com ragu de cordeiro, molho de funghi e brie e a clássica Bistecca Alla Fiorentina, de Florença: bisteca servida com alcachofra e batatas (serve duas pessoas).
Para fechar, tem os clássicos cannoli e cheesecake de tiramisù.
Lembra da palavra Birra no nome do bar? Pois é, o Ciao! também é especializado em cervejas. São cerca de 40 rótulos, nacionais e importados, de cervejas artesanais e premium.
Se a ideia for curtir um vinho e uma refeição com cachorros, os bichinhos são muito bem-vindos nas mesinhas na varanda.