Ah, a feijoada! Um dos pratos mais amados dos brasileiros tem peso e tradição em São Paulo. Ainda bem! O Giraí selecionou as dez melhores feijoadas da cidade, para que você nunca passe vontade e conheça opções variadas.
Servidas geralmente às quartas e aos sábados, nenhuma feijoada é igual à outra, mas todas são igualmente deliciosas!
Confira a lista abaixo e prepare-se para a comilança.
Bolinha
Sem dúvidas, a feijoada mais famosa de São Paulo! Diferentemente da maioria dos restaurantes, o Bolinha, fundado em 1946, serve feijoada todos os dias – exceto às segundas, quando não abre. Há a opção de pedir a feijoada em cumbuca (para uma ou duas pessoas) ou escolher o rodízio e comer à vontade.
Há duas versões da feijuca: a Tradição é mais completa e leva pé, rabo, costela, carne-seca, linguiça, paio, lombo defumado e língua defumada; enquanto a Magra tem os mesmos ingredientes, menos o pé e o rabo. Há ainda uma versão kosher, que deve ser encomendada com uma hora de antecedência.
Ao pedir a feijoada em cumbuca, os clientes recebem vários acompanhamentos: arroz, couve, mandioca, banana à milanesa, linguiça calabresa frita, torresmo, bisteca, farofa, laranja e ainda uma jarra de batida de limão.
A feijoada, claro, é a grande estrela do Bolinha. Mas o restaurante também tem outros pratos da culinária brasileira, como virado à paulista, dobradinha (servida às terças) e bobó de camarão, além de massas e pizzas e de receitas com carnes, aves e peixes.
Tudo isso em um ambiente bem caseiro, sem firulas. O salão tem um telão, que pode transmitir jogos de futebol, e uma estante cheia de cachaças – pergunte ao garçom qual acompanha bem a feijoada!
Bar do Giba
Ao chegar no bar, não adianta pedir o cardápio: ele não existe. A lista de comes e bebes está descrita na lousa – ou, se preferir, pergunte aos garçons, que têm tudo na ponta da língua. Não há nada descrito, mas todo mundo sabe quais são as estrelas do Bar do Giba.
Uma delas é a feijoada, que aparece por ali nos fins de semana.
Ela é feita com esmero por Maria Iva dos Santos, que está na cozinha do Giba há quase 30 anos. Ela começa a fazer a feijoada no sábado cedinho – lá pelo meio-dia, o feijão já ficou macio e o caldo já engrossou e pegou o gosto das carnes: tem carne-seca, lombo, costela, linguiça portuguesa, paio, língua, pé, orelha e rabo.
Tudo chega à mesa com cumbucas de arroz, torresmo, linguiça e bisteca fritas, farofa de mandioca e couve.
A receita de dona Maria Iva é tão boa que levou o prêmio de melhor feijoada pela Veja Comer & Beber de 2018.
A feijoada é muito bem servida, mas aí vai uma dica: prepare a fome e guarde um espacinho para outro carro-chefe da casa, as porções de pastéis! Pedir o salgado é quase tarefa obrigatória, porque é o petisco feito há mais tempo no bar.
Varal 87
Está aí mais uma ótima razão para curtir Moema! No mesmo bairro do bar Original e da pizzaria Bráz, está o Varal 87, restaurante especializado em carnes na grelha, ao estilo argentino.
E o nome da casa não é por acaso: lá tem mesmo um varal, que fica sobre o fogo. Pendurado nele, com correntes, estão carnes, abacaxis e legumes como pimentão, assando lentamente.
O ambiente é amplo e bem agradável, cheio de plantas. Há uma grande área externa, que lembra bem o quintal de uma casa, cheio de árvores e com cobertura retrátil – não desanime se chover!
Às quartas, tem feijoada light no almoço executivo. Ela vem com arroz, couve, farofa e banana à milanesa.
Mas, se quiser o menu completo com uma feijuca tradicional, visite o Varal aos sábados. É o dia em que servem o grande bufê de feijoada com todas as carnes servidas separadamente nas panelas. Por um preço fixo, dá para se servir quantas vezes quiser. Além dos acompanhamentos clássicos, a feijoada da casa tem caldinho de feijão e batidinhas de paçoca e coco à vontade.
Para acompanhar a comilança, que tal um bom drink? Marcos Lee comanda o bar e prepara bebidas autorais, como o Punch 87, que leva vodca, Cointreau, ginger ale, melancia e suco de limão. Bem refrescante, o Smash de Pepino mistura gin, pepino japonês e limão siciliano.
As sobremesas fecham o almoço com chave de ouro. Tem abacaxi brûlèe, pudim de leite condensado e a Taça Varal 87, que tem doce caseiro de banana, sorvete de baunilha, merengue de laranja e crocante de nozes.
Bar da Dona Onça
A chef Janaína Rueda arrasta multidões para o térreo do Copan, no centro, por causa do seu Bar da Dona Onça. Mas às quartas e aos sábados, há uma razão para visitar o lugar: cumbucas fumegantes de feijoada desfilam pelo salão.
Janaína prepara a feijuca com várias partes do porco, com direito à pé, orelha, rabo, língua, além das carnes magras.
Para acompanhar, tem arroz, costelinha de porco, carne de sol, abóbora, maxixe, salada de couve, tartar de banana e farofa.
É possível pedir a feijoada para uma ou para duas pessoas.
Para o almoço ficar ainda mais completo, peça uma caipirinha para acompanhar. Elas podem ser feitas com cachaça, vodca ou saquê. Boas opções são a Lima da Gata Persa (com lima da Pérsia), a Onça Pintada, com tangerina e maracujá, e Meladinha, que leva limão cravo, gengibre e melaço de cana.
Mesmo com a boa coquetelaria, a casa também oferece uma seleção de cervejas especiais e cerca de 800 rótulos de vinho – para agradar a todos os gostos!
E a Dona Onça não está só na cozinha. O ambiente do bar também está decorado de acordo: as geladeiras tem estampa de oncinha, e há até uma onça pendurada em cima do bar, no meio da lousa que expõe as especialidades do cardápio.
Dinho's
É engraçado pensar que o Dinho’s foi inaugurado em 1960 como uma lanchonete. Mas logo a casa de seu Fuad Zegaib, filho de libaneses, tornou-se um restaurante especializado em carnes – hoje, é um dos mais tradicionais de São Paulo.
Vale a pena visitar o Dinho’s no almoço das quartas ou dos sábados, quando aparece por ali o bufê de feijoada. Por um preço fixo, é possível servir-se à vontade. As carnes estão separadas em panelas – o seu Zegaib, aliás, foi um dos pioneiros a servir a feijoada desse jeito -, assim você pode pescar apenas as suas preferidas.
Separadas em panelas de cerâmica, há carnes como linguiça, paio, costela, carne-seca, bisteca, pé e rabo de porco. Há também diversos acompanhamentos: couve frita, banana, farofa e o imperdível abacaxi grelhado, entre outros.
Com ambiente elegante, com mesas cobertas por toalhas brancas, grandes janelas com plantas e uma adega, o Dinho’s também faz bonito com outros bufês: tem de grelhados, saladas e frutos do mar.
Se a ideia não for fazer uma refeição tão parruda, o cardápio também tem pratos à la carte.
Pirajá
A esquina mais carioca de São Paulo tem feijoada nas quartas e sábados! O bar Pirajá conquista os paulistanos com o prato, que pode ser acompanhado por um bom chopp gelado ou por uma das ótimas caipirinhas.
Nos almoços de quarta-feira, a feijoada é servida em porção individual. Já aos sábados, ela chega à mesa para ser dividida por duas pessoas.
A feijuca vem uma panela de ferro fumegante e acompanhada de arroz, couve, farofa, bisteca de porco, laranja e torresmo.
Também vale a pena provar outros petiscos e pratos do Pirajá! O bolinho carioca foi inventado ali: uma porção de seis unidades de bolinho de carne seca com abóbora.
Do peixe ao filé-mignon, as opções de refeição são bem servidas em pratos executivos ou especiais do fim de semana. Vendido somente às quartas, o Goxtosão é um pastel com recheio de pernil, quiabo e catupiry.
A fórmula de sucesso do Pirajá fez com que se abrissem cinco filiais em São Paulo: Pinheiros, Bela Vista, Shopping Eldorado, Morumbi Shopping e Iguatemi Alphaville.
A família Pirajá também cresceu e ganhou o Laje Pirajá, no andar de cima da casa de Pinheiros, e o Pirajá Prainha, com decoração que traz um pouco do litoral para São Paulo.
Tordesilhas
É difícil pensar em outro restaurante que apresente tão bem a culinária brasileira como o Tordesilhas, fundado há quase 30 anos. A casa é tocada pela chef Mara Salles, profunda conhecedora dos sabores nacionais, que apresenta um pouquinho de cada região no cardápio. Aqui, você vai explorar hábitos culinários de várias regiões do Brasil – sem sair de São Paulo!
E é claro que o prato mais brasileiro de todos não ficaria de fora do menu! Nos almoços de sábado, o Tordesilhas tem feijoada, para uma ou duas pessoas.
Ela chega à mesa em uma panela de cerâmica e vem acompanhada de arroz, vinagrete, couve, farofa, linguiça, caldinho de feijão, torresmo e laranja.
O cardápio do Tordesilhas tem pratos do Norte ao Sul do Brasil.
Dá para começar provando um tacacá, caldinho típico do Norte, preparado com tucupi (caldo amarelo da mandioca brava), camarão seco, goma e jambu, aquela plantinha que adormece a boca, de forma curiosa, ao ser mastigada.
Do Sul, vem a receita do barreado. Conhece? É um rico cozido de carne bovina tradicional do Paraná e que na cozinha de Mara leva 24 horas para ficar pronto. Para acompanhá-lo, vêm à mesa farinha de mandioca fininha e banana grelhada.
O Tordesilhas prepara e serve essa comilança deliciosa em um ambiente que, ao mesmo tempo, é elegante e casual: tem flores charmosas em cima das mesas, decoradas com toalhas brancas, e enfeites bem brasileiros, feitos artesanalmente com ferro e madeira.
Veloso
Um dos bares mais famosos da Vila Mariana, o Veloso serve feijoada aos sábados. Como o prato é daqueles de dar água na boca, as mesas costumam ser bastantes concorridas nesse dia. Chegue cedo para garantir um lugar, porque vale muito a pena!
Servida na cumbuca para duas ou três pessoas, a feijoada vem ao lado de arroz, couve refogada, bisteca suína, torresmo, farofa, laranja e molho de pimenta.
Se estiver sem tempo para esperar, um espaço vizinho, no número 70 da mesma rua, permite a retirada de pedidos em embalagem para viagem. Pode ser também uma boa forma de animar a espera se a fila estiver grande.
E, já que você está no Veloso, guarde espaço para a coxinha, o petisco mais famoso do bar. Douradinhos por fora, com massa crocante e recheio bem temperado, os salgados ganharam fama pela cidade e já renderam a este endereço diversos prêmios.
Melhor ainda se os tira-gostos tiverem a companhia dos copos altos, cheios das mais variadas caipirinhas, outra especialidade do lugar. São mais de 20 combinações no cardápio – caju com limão, jabuticaba, três limões e tangerina com pimenta dedo-de-moça são alguns exemplos. Quem preferir pode optar pelo chopp, que também vai muito bem ao lado dos petiscos – e da feijoada, claro.
Bar Brahma
Na esquina mais icônica da cidade, a das avenidas Ipiranga e São João, o Bar Brahma tem mais de 70 anos e virou um ícone por si só. O bar é reduto do samba, mas apresentações de jazz e de chorinho também são bem-vindas. Lá se apresentaram nomes que são importantes na música brasileira, como Ângela Maria, Cauby Peixoto e Demônios da Garoa.
Quem reina supremo, claro, é o chopp Brahma, sempre bem-tirado: o bar, inclusive, tem um manual do “ritual do chope”, que traz especificidades sobre colarinho e temperatura ideais.
Às quartas e aos sábados, quem faz companhia para o chopp é a feijoada! Ela pode vir à mesa em porção ou para duas pessoas e vem com copa lombo ao molho de chopp escuro, arroz branco, farofa, banana à milanesa, laranja e couve com crispy de alho.
No sábado, o almoço é embalado por samba.
O menu, claro, também tem outras opções de pratos. É o caso do filé à Oswaldo Aranha com molho à base de cerveja escura e da costela braseada com polenta.
Para petiscar, harmonizam bem com o chopp as porções de joelho de porco à passarinho, que vem acompanhada de chucrute, e a de chips de jiló, que vêm à mesa bem crocantes, e a de pancetta com molho agridoce (feito à base de mel).
Para curtir os shows, é melhor se sentar no salão interno, decorado com quadrinhos de cantores e belos lustres de cristal. Mas também é super gostoso se sentar na varanda, para curtir a paisagem do centro.
Armazén Paulista
Desde 1997, o Armazén Paulista faz a alegria de quem está em Moema e gosta de um bom chopp! Decorado como um antigo armazém de secos e molhados, o bar é decorado com madeira escura, tem piso de ladrilhos antigos e até uma caixa registradora da década de 1940.
O salão interno é disputado em dias de jogos de futebol: lá há um telão de 120 polegadas. Mas, no geral, a enorme varanda com mesinhas é o lugar preferido da galera.
Aos sábados, o bufê de feijoada acompanha o chopp Brahma, sempre bem tirado. Por um preço fixo, serve-se à vontade. Ah, e além do chopp, vale provar as batidas, que estão inclusas no preço.
As panelas servem feijão, arroz e os cortes de carne separadamente. Há ainda acompanhamentos como couve refogada, mandioca frita e cremosa por dentro, linguiça frita, bisteca, farofa, farinha, fatias de laranja e diversos temperos.
Também fazem sucesso por ali a picanha grelhada com mandioca frita, vinagrete e farofa e o croquete de carne, que vem recheado com queijo gorgonzola e empanado em massa de macarrão cabelo de anjo.