o Estadão fez fama, principalmente, com seu sanduíche de pernil. Por ali desde 1968, o lanche escorrega pelo balcão, ladeado por azulejos brancos, e mais do que satisfaz a fome dos clientes – muitos deles chegam ali de madrugada (o Estadão funciona 24h em 363 dias do ano).

A versão tradicional do sanduíche vem com molho de cebola, pimentão e tomate. Mas também é possível dar uma reforçada no lanche e acrescentar até seis ingredientes, como fatias de queijo (mussarela, gorgonzola, prato…), aliche e abacaxi.

Quer coisa melhor que pastel de feira? E o Pastel da Maria é um dos mais clássicos. A japonesa Kuniko Yonaha, que todos conhecem como Maria, fez fama na feira em frente ao estádio do Pacaembu – onde, até hoje, ela serve seus saborosos quitutes, às terças, quintas e sextas.

Sequinho, crocante e com recheio generoso, o pastel pode vir em versões como a de carne, de queijo e de feijoada.

O sucesso foi tanto que, hoje, a Maria serve pastéis em mais cinco feiras livres e tem quatro lojas fixas (uma delas fica na R. Fradique Coutinho, 580, Pinheiros).

É até difícil escolher o que comer no Z Deli – vale explorar o cardápio sem pressa.

Os hambúrgueres são muito saborosos e casam bem com a porção de batatas rústicas com alecrim.

Mas não jeito: a estrela da casa de Julio Raw é o sanduíche de pastrami. A carne, tirada do peito do boi, é preparada ali mesmo. Ela é envolvida em temperos (como sal, pimenta moída e cominho), defumada (em fumaça de lenha de laranjeiro) e matura por sete dias.

O resultado é um pastrami úmido e saboroso, que preenche (com generosidade) o pão de centeio (também feito no próprio Z Deli) e é acrescido de mostarda, que dá boa acidez ao lanche.

Na estreitinha rua Imaculada Conceição, na região de Santa Cecília, a chef Talitha Barros capricha na cozinha – que fica atrás do balcão, logo na entrada. Ela mesma dá as boas-vindas aos clientes enquanto, com habilidade, controla as panelas.

Todos os dias, Talitha serve almoço e faz arrozes misturados a carnes, como rabada, coração de galinha e suã. O menu de almoço muda regularmente, mas as receitas são sempre saborosas.

Mas o clássico do cardápio é mesmo o pão de queijo com pernil. O quitute chega à mesa aberto, com o pernil desfiado, temperadinho, e coberto por ovo frito.

Quer mais? Vale muito a pena provar o queijo quente com banana e o pudim.

A charmosa casa de Helô Bacellar, na Vila Madalena, já ganhou filiais por aí (um quiosque no shopping JK Iguatemi e o Lá da Vendinha, na Barra Funda).

Na matriz, o cliente se sente como se estivesse em uma casa de avó: o ambiente é cheio de penduricalhos, como panos de prato, filtros de café e enfeites coloridos (tudo está à venda). Nos fundos, há mesinhas para almoçar.

Além da refeição, vale muito a pena experimentar os quitutes de Helô. O bolo de fubá com goiabada é vendido em fatias grandes (mas também dá para encomendar o bolo inteiro), com porções generosas do doce de fruta.

Outra guloseima que merece atenção é o pão de queijo, feito com queijo da Serra da Canastra.

É um dos clássicos da madrugada paulistana: funciona 24h nos arredores da avenida Paulista e recebe jovens esfomeados depois da balada.

O cardápio lista hambúrgueres, churros, açaí. Mas a estrela da casa é mesmo o cachorro-quente, que vem na baguete.

O Black Dog Tradicional tem salsicha, purê, milho, vinagrete, curry, maionese, batata palha, parmesão, orégano e cheddar (ou requeijão). Embora não tenha “tradicional” no nome, o Pop é bem clássico: salsicha, purê, maionese e vinagrete no pão hot-dog.

As opções gourmet vêm com salsicha Viena e há também receitas vegetarianas (com salsicha de soja).

É fã dos doces portugueses? Então, a Casa Mathilde é o seu lugar. No centro de São Paulo, no calçadão, é um dos estabelecimentos lusitanos mais clássicos da cidade (a marca existe desde 1850).

E não é à toa: é difícil encontrar por aí um pastel de nata – mais conhecidos por aqui como pastel de Belém – tão saboroso quanto o da Mathilde. Feitos ali mesmo, os doces sempre chegam quentinhos para o cliente.

O pastel, claro, reina supremo, porém vale a pena provar outras gostosuras, como o travesseiro de Sintra e a queijadinha.

A Casa Mathilde começou como doceria, mas, hoje também vende salgados gostosos, caso da empada de camarão e de frango.

“Se hacen con las manos, se comen con las manos” (“se fazem com as mãos, se comem com as mãos”), diz o letreiro acima do caixa, visível logo quando se entra no La Guapa, em Pinheiros.

E a casa de Paola Carosella (do Arturito) preza mesmo por fazer as saborosas empanadas artesanalmente.

Os salgados chegam moreninhos, bem assados, e com recheios deliciosamente temperados.

A salteña, mais tradicional, vem com carne, azeitonas, ovo caipira e batata cozida. Outras ótimas opções são as empanadas de espinafres e brócolis (com mozarela, ricota e parmesão), Humita (com milho verde, manjericão e queijo) e a porteña, com dois queijos, tomates assados e manjericão.

Dá para comer ali mesmo (no almoço, as empanadas vêm acompanhadas de salada) ou levar para casa uma caixinha com seis salgados.

Almoçar ou tomar um lanche no Mercado Municipal de São Paulo, o Mercadão, é um passeio obrigatório para qualquer paulistano ou turista.

E, claro, não dá para ir até lá e não provar o tradicional sanduíche de mortadela. Mas vá com fome, porque o lanche é muito grande.

Alguns boxes e lanchonetes por ali vendem a iguaria. No Mercadão desde 1933, o Bar do Mané diz ter o sanduíche mais tradicional.

Mas há também outras opções, como o boxe da Mortadela Brasil e o Hocca Bar.

O Ipiranga é um dos bairros mais clássicos de São Paulo. E ali está também um dos hambúrgueres mais tradicionais da cidade.

O Hambúrguer do Seu Oswaldo, fundado em 1966 por Oswaldo Paolicchi (1930-2008), resiste à onda de gourmetização do lanche. Smash burger? Batatas com alecrim? Blend de carne sofisticado? Nada disso importa por aqui: o lanche é simples e bom, ponto final.

Faz sucesso absoluto o cheese salada: são 90g de carne (patinho), queijo, maionese, alface e um molho de tomate saboroso, que faz toda a diferença.

Hambúrguer raiz em um ambiente sem firulas – tão raiz que a lanchonete nem tem telefone.