Há tempos que comida japonesa em São Paulo não se resume a rodízio de sushi e de sashimi – que bom! Outro prato bem popular no Japão ganhou o público paulistano: o lámen. Separamos aqui os dez melhores restaurantes para experimentar o prato.
O lámen (ou ramen) une noodle, o macarrão asiático, de massa bem elástica (e que, na real, surgiu na China), a um caldo bem quetinho e a toppings, ingredientes que complementam o ensopado. Pode ser ovo cozido, lombo suíno, cebolinha, nori (a alga japonesa), broto de feijão e bambu em conserva, entre outros.
Os lámens chegam à mesa com uma colher funda, que ajuda a tomar o caldo, e hashis, os palitinhos, para comer o macarrão e os outros complementos deliciosos.
A onda do lámen foi tão grande que vários restaurantes especializados abriram na cidade – tudo começou na Liberdade, claro, mas hoje eles já estão em vários bairros.
As casas começaram a ser mais criativas e pratos diferentes apareceram. O udon, que é um macarrão bem mais grosso, também ganhou espaço, assim como acompanhamentos e caldos mais inventivos (tem até de curry!).
Confira, abaixo, dez restaurantes que valem a visita – e onde vale pedir um belo lámen, claro.
Tan Tan Noodle Bar
Agitado e concorrido, o Tan Tan Noodle Bar une ambiente super moderno aos gostosos lámens. Em 2018, o local passou por uma reforma e agora tem um charmoso bar iluminado, de superfície preta e reluzente, que é o destaque do salão.
Os drinks combinam bem com as boas receitas asiáticas, feitas com cuidado por Thiago Bañares, que passou pelo D.O.M e pelo Arturito. A ideia do chef é que os pratos sejam reconfortantes para os clientes.
E quer conforto maior do que um bom lámen no frio? O caldo se diferencia por ser feito à base de ossos e carne bovina, e não com frango ou porco, como é mais comum. O caldo se chama Gyukotsu e leva 18 horas para ficar pronto.
O Shoyu Ramen é boa opção e leva tarê de shoyu, rosbife, costela, cebolinha e conserva de bambu. Tem também o lámen à base de missô (pasta de soja) com porco, ovo e broto de bambu.
Depois da reforma, o Tan Tan assumiu, para valer, sua faceta de bar. A cozinha, portanto, prepara também pratos para partilhar e sanduíches para acompanhar os drinks. O Tartare Coreano tem carne de gado Wagyu (japonês) e ostra, bem temperados e com anchovas desidratadas para finalizar.
Entre os sandubas, vale provar o Egg Sandwich, que tem ovo ajitama, cogumelo kikurage e coleslaw.
O bonito bar é comandado pelo bartender Douglas Peres. E ele também teve a preocupação de resgatar os sabores asiáticos nas bebidas.
Há oito drinks autorais, como o Yoishi Soul, com pisco infusionado com katsuobushi (peixe seco defumado, base de vários pratos japoneses), vermute tinto e licor de framboesa, amaro e angostura.
Jojo Ramen
Chegue ao Jojo Ramen antes de a fome bater, porque é quase certo que haverá uma fila de espera. Mas, acredite, a fila é ótimo sinal. É que o lámen do Jojo é um dos melhores de São Paulo.
É possível escolher entre quatro sabores, definidos pelo nome do caldo. O Shoyu tem caldo à base de shoyu e é incrementado com hossomen (o macarrão fino), fatias de lombo suíno, broto de bambu, cebolinha, nori (alga japonesa) e o hanjuku tamago, o clássico ovo cozido com gema mole. O Shio também é bastante pedido e tem os mesmos ingredientes, mas com caldo é feito à base de sal e especiarias.
Já o Missô, com caldo à base de pasta de soja, mais denso, tem futomen (um macarrão grosso), fatias de lombo, nori, ovo e yasai (mix de repolho com broto de feijão).
O Kara Missô agrada a quem curte sabores mais picantes: com caldo à base de missô, ele leva blend de pimentas, futomen, lombo, ovo, broto de bambu e cebolinha.
No jantar, o cliente também pode incrementar o lámen com os ingredientes extras que escolher, por um valor adicional.
O friozinho pede um lámen, mas aí vai uma dica boa: antes de partir para o prato principal, vale muito pedir como entrada o Karaague, uma porção de frango frito, que chega à mesa sequinho e crocante, com tempero japonês, repolho e molho da casa – uma delícia!
O Pork Bun, pão asiático fofinho recheado com carne suína, e a porção de menma (broto de bambu em conserva) também são boas opções para começar os trabalhos.
Com dois andares, o Jojo Ramen tem salão decorado em madeira clara, por onde desfilam as tigelinhas fumegantes de lámen. O restaurante tem poucas mesas (são cerca de 40 lugares, no total), o que torna a experiência mais especial.
Lamen Kazu
Um dos principais endereços para se comer lámen na Liberdade, o Kazu fica na emblemática Thomaz Gonzaga, umas das principais ruas gastronômicas do bairro oriental. O restaurante está ali desde 2008 e é um dos primeiros especializados em lámen a abrir em São Paulo.
Determinado a espalhar a “cultura do lámen” entre os paulistanos, o Kazu nasceu em parceria com a rede de restaurantes Misoya Ramen, uma empresa do Japão que possui unidades espalhadas ao redor do mundo com milhões de fãs.
O lámen mais pedido é o que tem caldo à base de shoyu e é incrementado com carne suína, broto de bambu, nori e wakame (algas), broto de feijão, cebolinha e gergelim.
Os lámens também podem vir à mesa com caldos de missô e shio (à base de sal), com os mesmos toppings.
Para os vegetarianos, há opções sem carne. É o caso do Yassai Vegetariano, com caldo missô ou shio, incrementado com macarrão, algas, cebolinha e yassai, um mix de legumes refogados com cenoura, cebola, repolho e broto de feijão.
O Lamen Kazu tem decoração bonita, com detalhes em madeira, e tem bares abertos para o salão. Dá para se sentar em uma mesinha ou no balcão, de onde é possível acompanhar a preparação dos pratos.
O restaurante também tem uma unidade na Alameda Santos, no Paraíso.
Momo Lamen
Com três andares, o Momo serve seus lámens em um ambiente bem descontraído, com jeitão de fast-food e cozinha aberta. Ao todo, são 150 lugares no restaurante – risco muito menor, portanto, de ter alguma fila de espera – entre mesas e balcões.
O cardápio tem 13 lámens, com macarrão fino, e três tipos diferentes de udon, o macarrão mais grosso.
Os lámens feitos com caldos Shoyu e Shio (à base de sal e especiarias) são os que mais fazem sucesso. Ambos vêm com broto de feijão, broto de bambu, ovo, cebolinha, nori e carne suína (uma ou quatro fatias).
Mas o Momo tem lámens com combinações menos comuns, como o Karaague, que leva três unidades de frango frito, e o Guyoza, com três guiozas recheados de porco.
O lámen com calda de Missô (feito à base de pasta de soja suave) pode vir à mesa com duas fatias de carne suína, shimeji, ovo cozido e milho. Se você curtir um sabor mais picante, escolha o caldo Aka Missô, que é feito com soja apimentada.
O udon tem menos combinações. Mas vale pedir o Picadinho de Carne Suína, feito com caldo bem suave e o macarrão grosso e incrementado com porco, cebolinha, casquinha de tempurá e naruto, que dá um charme todo especial ao prato: é uma pasta de peixe branca, com uma espiral rosa no meio.
O menu também teishokus (um tipo de PF japonês) e pratos que combinam arroz e carne, como o Gyu Don (carne bovina com cebola e shoyu, arroz e gengibre), que vem acompanhado de misoshiro (a sopa japonesa) e frutas.
Aska
É mais um endereço certeiro para comer lámen na Liberdade. Bem tradicional, o Aska tem, em sua maioria, clientes nissei (descendentes de japoneses) e divulga pouco seu serviços (como é o caso dos restaurantes super tradicionais na Liberdade). Mas vá com fé: ali está um dos melhores lámens.
Quer uma prova de que esse é um dos restaurantes mais tradicionais? Ao entrar, o cliente é recebido com um animado “irasshaimase!” (“bem-vindo!”, em japonês).
Um dos lámens mais pedidos é o Missô Tonkatsu, que vem com caldo de missô, macarrão, carne de porco, broto de bambu, nori e ovo cozido.
Outro prato bem queridinho da clientela é o Shoyu Lamen, com macarrão mais fino, carne de porco, wakame (alga), bambu, nori e naruto.
Como entrada, vale pedir o Guioza Aska. São seis unidades de guioza, recheado com carne e cebola.
O Aska é um dos restaurantes mais disputados da Liberdade. Por isso, há orientações no cardápio e nas paredes: “se os clientes estiverem em apenas duas pessoas, favor sentar no balcão; ocupar a mesa somente quando todos do grupo chegarem; quando houver fila de espera, favor desocupar o lugar o mais breve possível”.
Sim, são várias regras – mas até elas fazem parte da tradição japonesa. Vá ao Aska sem medo e aberto para uma nova experiência.
Hira Ramen Izakaya
Na Vila Madalena, o Hira segue o estilo do bairro: é agitado, moderno e tem bons drinks, além, claro, de boas comidinhas.
No frio, fazem tremendo sucesso os lámens, servidos de dia e de noite. Uma das tigelas mais pedidas é a Shoyu, com caldo ton tori chintan (à base de frango e shoyu, leve e transparente), macarrão, barriga de porco, broto de bambu, ovo cozido, cebolinha e couve chinesa.
Outro bastante pedido é o Missô, que vem com os mesmos ingredientes dentro de um caldo à base de frango e de missô, mais denso.
Para quem prefere dispensar a carne, o Veggie leva caldo de vegetais temperado com gergelim, ovo cozido, aspargos, tomates confitados, legumes, cebolinha e nori.
À noite, também figuram no cardápio receitas típicas de izakaya, os bares japoneses. Tem boas opções para partilhar, como a berinjela com gengibre, shoyu e alho, as ostras e os guiozas, recheados com carne suína e nirá.
A carta de drinks também é bem extensa. O Wabi Sabi, por exemplo, leva saquê, licor Amaretto, xarope de gengibre, bitter de yuzu (fruta oriental típica, de sabor mais azedo), raiz forte e spray de absinto.
Se você é fã de gin tônica, prove o Ginger Tonic, que leva, além do gin e da tônica, xarope de gengibre.
Izakaya Toki
Em Pinheiros, o Izakaya Toki tem ambiente pequeno, aconchegante e, mesmo assim, não deixa de ser bem agitado. Evocando sua função de izakaya, bar japonês, um balcão ocupa parte do salão. Nele, é possível observar o vai e vem dos cozinheiros, que preparam os pratos com habilidade.
Nos dias de mais frio, fazem mais sucesso os caldos e os lámens.
O Missô Lámen tem caldo à base de missô e é incrementado com macarrão, barriga de porco, ovo cozido, nori, repolho e cebolinha.
O Kara Missô Lámen, por sua vez, agrada a quem gosta de sabores mais fortes. Ele vem com os mesmos toppings do Missô Lámen, mas ainda leva mix de pimentas.
Os bowls de caldos também são ótima opção. O Karê Udon, por exemplo, leva macarrão udon (mais grosso), caldo picante de karê, aburaage (ingrediente japonês feito com tofu), cogumelos e cebolinha.
Vale também dar uma explorada nas entradas. O bolovo faz bonito: tem costela de suína desfiada, que envolve um ovo com gema mole. Tem ainda bun (pão chinês) recheado com costela desfiada e o Guioza Kabotchá, com purê de abóbora japonesa, nirá e alho.
A carta de drinks tem opções como o Kombucha Spritz, com kombucha, aperol, campari e espumante, e o Yuzu Highball, com bourbon, licor de yuzu e soda.
Hidden by 2nd Floor
Em Moema, o Hidden by 2nd Floor une ambiente casual à boa culinária asiática. O menu apresenta sabores de lámen pouco vistos por aí (todos têm caldo à base de frango).
É o caso do Korean Ramen, que, como o nome indica, evoca os sabores coreanos. A receita leva rabada, kimchi (acelga fermentada e apimentada), lombo e ovo pochê.
O Thai Ramen segue a culinária da Tailândia e leva camarão, tofu e leite de coco.
Bastante pedido, o Ramen 2nd Floor tem panceta, lombo e ovo pochê.
O menu ainda tem buns (os pães chineses) e porções para compartilhar com os amigos, como as de kimchi, de camarão, de pepino e de copa lombo.
Para acompanhar a comilança, que tal uma cerveja? Tem larger, de trigo e IPA (India Pale Ale).
Hoko Restaurante
Quando andar pela rua Fradique Coutinho, em Pinheiros, fique atento a uma fachada estreitinha, mas com quatro círculos coloridos. Viu? Então, você chegou ao Hoko, que tem logo bem chamativo e conquista a clientela com seus noodles, o macarrão japonês. A casa já se chamou Pocket – apesar de o nome ter mudado, a especialidade continuou a mesma (e a boa qualidade dos pratos também!).
O ambiente é bem moderninho, com mesas de metal com furinhos.
O Tyashu Lamen é um dos pratos mais pedidos. Ele tem caldo à base de legumes, ovo cozido, broto de feijão e lombo de porco.
Há também pratos com o udon, o macarrão mais espesso. Uma receita que tem sabor bem diferente, mais forte, é o Karê Udon, feito com caldo de curry. Ele pode vir à mesa com carne suína ou com legumes.
Além de lámen e udon, há outros ensopados que vão super bem no frio. Tem, por exemplo, o Karê Raisu, um dos pratos mais apreciados pelos japoneses no dia a dia. Ele tem caldo de curry, arroz japonês, frango e legumes.
Quer uma ótima dica? Não deixe de experimentar os refrigerantes caseiros do Hoko! Tem refri de limão com shissô, de morango com manjericão e de lichia.
Noodle Shop
Em contraste com os restaurantes bem tradicionais da Liberdade, o Noodle Shop é moderno e abriu no bairro no fim de 2018. O nome dá a dica: a casa, claro, é especializada em noodles. Só que o Noodle Shop se diferencia dos outros porque faz o lámen à moda de Taiwan, com macarrão mais grosso e caldo feito à base de carne (em vez de frango), que faz com que ele seja mais escuro e tenha sabor mais forte.
A tigela é bem grande e vem também com fatias de carne bovina (em vez da clássica de porco), acelga chinesa e ovo cozido, com gema cremosa.
Para os vegetarianos, a opção sem carne vem com caldo à base de cogumelos e é incrementada com legumes.
O legal do Noodle Shop é que você pode escolher a cor do macarrão que vem no lámen: tradicional, roxo, laranja ou verde (eles são coloridos naturalmente com beterraba, abóbora ou espinafre).
A seção de Noodles do cardápio ainda tem outras opções de prato com macarrão, como yakissoba e o Macarrão Chinês, que vem com broto de feijão, acelga, cenoura, shimeji, ovo, carne e frango.
Há ainda porções, como a de bao (o pãozinho chinês recheado com carne suína e cebola), e entradas. Vale muito pedir o wonton (pastelzinho chinês recheado de porco) e os guiozas, que, assim como o macarrão, são coloridos.
As cores, aliás, também estão pelo ambiente do Noodle Shop. O salão do térreo é cercado de vidros (o da janela, um espelho e a vitrine que deixa a cozinha à vista), e todos eles tem frases e desenhos coloridos deixados pelos próprios clientes – as canetas coloridas ficam na bancada do caixa.
Cada degrau da escada que leva ao segundo andar (onde há um salão um pouco maior, com mais mesas) tem uma cor diferente, o que dá ainda mais charme ao restaurante.