Nada mais gostoso do que beber uma cerveja artesanal. E se ela tiver sido fabricada bem ao lado da sua mesa de bar, então? Delícia! As brew houses, também conhecidas como brew pubs, produzem a própria bebida no mesmo local onde ela é vendida.
A graça é provar um chopp de qualidade, recém-saído dos tonéis, feito a partir de criativas invenções de mestres cervejeiros apaixonados pelo que fazem.
A fabricação artesanal é uma tendência cada vez mais comum. A arte de produzir cerveja em escalas menores do que uma fábrica existe há muito tempo, mas foi no início dos anos 1970, no Reino Unido, que o movimento ganhou nome.
As brew houses chegaram recentemente no Brasil, mesmo já sendo tradição em outros países da Europa e nos Estados Unidos.
Confira aqui dez cervejarias artesanais que valem a visita em São Paulo.
Trilha Cervejaria
Uma pequena casa, sem garçons ou mesas, com um bar logo na entrada. É a fábrica e a casa da Trilha Cervejaria, que fornece bebidas para bares como Ambar e Empório Alto de Pinheiros. Aqui, as 16 torneiras estão pertinho dos barris que produzem as cervejas.
Os bicos sempre têm opções fresquinhas e diferentes escorrendo por eles. Há chances de encontrar a Foggy Mandarina, uma IPA (India Pale Ale), e a Tropicália, uma APA (American Pale Ale). O cliente pode conferir as opções do dia na lousa acima do bar ou pelo site Untappd.
O serviço da Trilha Cervejaria é informal e descomplicado, com o pagamento feito na hora do pedido. Quem não quiser beber em pé pode tentar encontrar um lugar nas cadeirinhas de praia na calçada.
Por não ter cozinha própria (afinal, as estrelas da casa são mesmo as cervejas), o bar tem panfletos de restaurantes que fazem entrega por perto – então, pode se sentir à vontade para pedir um delivery!
Há também foodtrucks que param em frente à casa e são os responsáveis por matar a fome da clientela.
Vórtex Brewhouse
Os tonéis de inox no segundo andar já dão a letra: aqui é a fábrica da Vórtex. As vinte torneiras têm chopps fresquinhos feitos ali mesmo.
Alguns dos bicos têm marcas convidadas, enquanto outros possuem receitas próprias. Há chances de encontrar as cervejas sour, IPA e lager.
O Huracán é uma receita autoral com um toque frutado de maracujá e tangerina que, pelo sucesso, foi o primeiro rótulo lançado em versão lata para o mercado.
Na lousa, escrito à giz, o cliente pode conferir informações como estilo, teor alcoólico e IBU (índice de amargor). Cervejas em garrafa completam a oferta.
No amplo salão com decoração industrial, dá para escolher se sentar no balcão, em frente às torneiras, ou nas mesas. Na área externa, bancos e mesas grandes agrupam quem vai com maior companhia – e até os pets são bem-vindos.
Em dia de jogo de futebol e basquete, entre outros esportes, a casa tem transmissão ao vivo dos campeonatos. Em outras ocasiões, há música com grupos de blues, jazz e rock e ainda feijoada aos fins de semana.
Se você não é muito de cerveja, tudo bem: a Vórtex também serve coquetéis e vinhos. Clássicos como caipirinha e gim-tônica aparecem por lá.
Para acompanhar, há porções, como a de bolinho de arroz, de batata frita, de coxinhas e de hambúrgueres.
Tarantino
A cervejaria Tarantino, na zona norte da cidade, fica em um armazém e parece muito mais uma fábrica do que um bar. Mas, de sexta a domingo, dá para ir lá curtir uma boa cerveja.
O serviço funciona com autoatendimento. O cliente ganha um cartão pré-pago e escolhe uma das dez torneiras do tanque de contêiner. Assim que o copo é servido, o valor é descontado da comanda.
Todas as opções são exclusivamente autorais (a Tarantino produz ali cerca de 20 mil litros de cerveja por mês!).
Um dos rótulos é o German Pils, uma cerveja clara com amargor equilibrado e final suavemente adocicado. A mistura de lúpulos alemães garante umas notas herbais e florais.
Outro clássico é a Miracle IPA, com tom dourado e sabor refrescante e amargo. São sete lúpulos na receita, que dão aromas cítricos e frutados à bebida.
As versões em lata das cervejas Tarantino, sempre estilizadas com desenhos coloridos que lembram grafites, podem ser encontradas também em cervejarias e mercados.
A cervejaria Tarantino costuma receber em seu espaço eventos e festas, além de ter uma cesta de basquete na área externa, livre para quem quiser bater uma bola.
Cervejaria Dogma
Antes mesmo de ter uma casa para chamar de sua, a Dogma sempre foi uma das cervejarias mais conceituadas do mercado. Em 2017, abriu sua fábrica, na região de Santa Cecília, e não precisou mais produzir suas cervejas em barris emprestados. Ali, são feitos mais de 3.000 litros por mês com uma variedade de 140 rótulos.
Além da fábrica, o bar tem um “tasting room” (sala de degustação), onde os clientes podem provar os chopps que escorrem das 20 torneiras. Realmente, o ambiente não é nada além disso – mas nem precisa. Com balcão que cerca o bar por inteiro, os clientes podem ficar por lá degustando as receitas da casa.
Os chopps sempre se revezam nas torneiras. Há chances de encontrar a Sourmind, a Rizoma (double IPA) e a Lupulin (American Pale Ale), entre outras.
Para levar para casa, a Dogma criou o formato 4 Pack, com algumas opções de cervejas enlatadas na hora, direto da fonte.
Cervejaria Central
Para reforçar mais ainda a cena cervejeira que surgiu no centro de São Paulo, a Cervejaria Central abriu em 2017 e oferece bons chopps próprios em um ambiente pequenino e aconchegante.
O salão é estreito, mas é fundo. As mesas conseguem acomodar grupos ou casais (quando as mesas ficam todas ocupadas, a galera vai tomar cerveja na calçada mesmo). O bar fica mais atrás e tem 13 torneiras de madeira e estilizadas.
Os chopps são servidos em copos de 330 ou 473 ml, além da garrafa de um litro.
Ficou na dúvida de qual chopp pedir? O bar deixa tirar uma provinha antes de escolher.
As torneiras sempre têm ao menos oito cervejas próprias, e a bohemian pilsener Planalto é considerada uma das preferidas pelos clientes. A Saracura, uma witbier, tem um sabor cítrico por causa das cascas de tangerina e de limão.
A Cervejaria Central também oferece drinks. O ousado Cubanito, por exemplo, leva rum Havana, suco de tomate, molho inglês, bacon, sal com salsão, canela e picles.
Para comer, uma das pedidas é o sanduíche de joelho de porco desfiado com chucrute e maionese de ovos.
Goose Island
A Goose Island é famosa no mundo tudo! A cervejaria nasceu em Chicago, nos Estados Unidos, em 1988. Só em 2016 é que ela chegou a São Paulo.
Em Pinheiros, a Goose conta com ambiente aconchegante no térreo e um bonito terraço no segundo andar. Lá de cima, no espaço chamado de beer garden, é possível ter uma boa visão do Largo da Batata e região.
As torneiras, customizadas com formato de cabeças de ganso (são um charme!), servem uma boa variedade de chopps com receitas autorais ou de marcas convidadas.
A Amerian Style Wheat, com aroma de lúpulo e sabor de cereais, e a English Bitter Ale, clássico inglês em que se destaca o malte torrado, são ótimas pedidas.
Criada especialmente para a cidade de São Paulo, a Yellow Line é uma APA de lúpulos cítricos americanos. As cervejas podem vir em copos de 200, 450 ou 570 ml.
A casa harmoniza seus chopps com as variadas opções do cardápio. Tem hambúrguer artesanal, pizza, aperitivos, saladas e pratos, todos com uma sugestão de cerveja para acompanhar. O filé-mignon à milanesa com queijo Saint-Marcellin derretido é uma das entradas mais pedidas.
BrewDog
Vinda da Escócia, a rede tem bares em várias cidades do mundo. O endereço paulistano fica em Pinheiros, onde serve rótulos próprios, como a Punk IPA, queridinha entre os clientes.
O chopp Pale Ale Dead Pony Club tem aromas cítricos e sabor de malte tostado. Entre outras receitas autorais da BrewDog, aparecem os chopps Elvis Juice, que leva casca de grapefruit, e o Jack Hammer, para os fãs de sabor mais amargo.
O bar tem 23 torneiras, que engatam bebidas diferentes de tempos em tempos. Há chances de encontrar barris com chopps de marcas convidadas, como o Brooklyn East IPA (da Brooklyn Brewery, em Nova York) e o Sourmind, da paulista Dogma.
O ambiente despojado da BrewDog tem inspirações no estilo punk de pubs europeus, com decoração industrial, mesas altas e balcão. Uma grande lousa oferece as cervejas que estão disponíveis no dia. Com a casa cheia, os clientes encontram espaço para beber em pé no salão ou na área externa.
Para comer, aparecem no cardápio hambúrgueres, cachorro-quentes e boas porções, como a de batata-frita temperada com sal de ervas e lúpulo ou as tulipas de frango marinadas na laranja com molho barbecue, acompanhadas de molho de queijo.
Les 3 Brasseurs
A Les 3 Brasseurs nasceu como uma casa de cervejas na França. Foi conquistando diversos países, se espalhou pelo mundo e chegou a São Paulo. Abriu seu primeiro bar no Itaim e já tem uma segunda unidade em Pinheiros.
Não importa o endereço, cada bar tem sua própria fábrica de cerveja para sempre servir diretamente dos tanques para os copos (dá para ver os grandes tonéis prateados nas vitrines, em ambas as casas).
Os chopps Blonde (pilsen de caráter frutado), Blanche (feito de trigo), Itaim (pale ale aromática) e Ambrée (com toques caramelados) são algumas das receitas clássicas.
O bar ainda tem opções como o Chopp 250, cerveja refrescante frutada e mais cremosa, ou ainda o Brune, de coloração escura e mistura de vários maltes que resulta em um sutil sabor de chocolate levemente amargo.
Se você ficar em dúvida de qual pedir, é melhor pedir o menu-degustação, que inclui todos os chopps em copos menores – assim dá para provar um pouco de todos e seguir com o seu preferido.
Além das cervejas, fazem sucesso na Les 3 as flammes, um tipo de pizza tradicional na culinária francesa, de massa fina e servida em formato quadrado.
A cozinha ainda oferece petiscos como pastéis variados, linguiça acebolada e frango crocante, entre outros. Para fomes maiores, há pratos encorpados, como picadinho de filé-mignon, risotos, massas e hambúrgueres.
Cervejaria Nacional
A Cervejaria Nacional foi a primeira brew pub de São Paulo e hoje é referência na rota dos chopps artesanais.
A casa de três andares tem um longo balcão e mesas clássicas de botecos no piso superior. O salão é amplo e rústico, com acabamento em madeira e tijolos à mostra. Como o espaço é bem grande, geralmente é tranquilo chegar em grupos grandes – sempre tem mesa.
A produção de cervejas é feita logo no térreo, onde é possível ver a mágica acontecendo por uma vitrine de vidro.
São cinco rótulos produzidos ali: Domina Weiss, Y-Iara Pilsen, Mula IPA, Kurupira Ale e Sa’Si Stout, nomeadas em homenagem a lendas brasileiras. Cada uma tem cores, aromas e sabores característicos.
A Domina, por exemplo, segue um estilo clássico alemão de amargor leve com aroma de banana e cravo. Já a Y-Iara tem como referência a República Tcheca e tem corpo médio, amargor sutil e boa presença de lúpulo. Para sabores de malte caramelado, prove a Kurupira, uma cerveja tipo Ale com tons avermelhados.
Se quiser provar um pouco de tudo, vá de menu-degustação, com amostra com todas as cervejas.
Há ainda receitas sazonais – então, o cardápio tem sempre alguma novidade.
Quem frequenta a Cervejaria Nacional também vai pelo restaurante, em que cada receita foi pensada para harmonizar com as cervejas autorais. O pão de malte é petisco autoral da casa, assim como os hambúrgueres artesanais.
Outras opções incluem queijo coalho com melado de cerveja, alheira (linguiça portuguesa) e bolinho de arroz, entre outros.
Van der Ale
Na Van der Ale, o espaço é urbano, carregado de grafites nas paredes e murais coloridos, com arquibancada na entrada, fliperamas, rock nas caixas de som e, claro, muita cerveja!
As bebidas são fabricadas no andar de cima e servidas no térreo, que tem 30 torneiras.
A autoral IPA Pinhead faz sucesso desde a inauguração e, por isso, é uma das constantes no bar. Outra criação da Van der Ale leva o nome de Judas Boots, uma APA com sabor levemente amargo.
Rótulos convidados e receitas sazonais também aparecem por lá.
Ideal para curtir o happy hour com os amigos, a cervejaria tem chopp em dobro das 17h30 às 20h, entre terça e quinta.
Além da cerveja artesanal, a Van der Ale também oferece uma carta de drinks clássicos, hambúrgueres bem servidos, porções para petiscar e eventuais shows com música ao vivo.
Uma dica é aproveitar os menus promocionais. A casa oferece combos com hambúrguer, batata e chopp do dia por um preço menor.
Quem vai com fome pode pedir o Van der Burger, um lanche de 175 gramas de carne Angus com queijo cheddar, bacon e picles no pão com gergelim.