Riscos e Rabiscos: Lendo a Cidade

Com a riqueza da tipografia, a cidade pode ser lida de inúmeras formas. Clássicos estilos traduzem a história de São Paulo e não podem ser consideradas apenas uma forma de comunicação.

Ao perceber isso, o curador e jornalista Leonel Kaz reuniu trabalhos originais de sete artistas, entre fotos, cartazes, painéis, vídeos e interatividade, que evidenciam este fato na exposição “Riscos e Rabiscos: Lendo a Cidade”.

As letras são capazes de contextualizar sua época em cada período histórico e, desta forma, novos estilos são criados, permitindo um paralelo da tipografia com as obras de arte. Nada mais justo, então, do que uma exposição dedicada inteiramente ao assunto.

“Riscos e Rabiscos: Lendo a Cidade” tem início no 20º andar do Farol Santander e segue até o 19º. Logo na primeira seção, o vídeo “Evolução da Escrita” retorna à origens da tipografia e chega aos dias atuais demonstrando a conexão entre arte, arquitetura e o desenho das letras.

Neste andar, ainda são encontrados os diferentes alfabetos do mundo, e obras como “O Pixo em Neon”, de Alexandre Orion, dedicada à tipografia urbana de São Paulo; um grafite de Daniel Melim feito especialmente para a ocasião; “Oficina do Giz”, desenvolvido pela especialista em técnicas com giz Cristina Pagnocelli; e muito mais.

No final da sala, há uma oficina para que os visitantes carimbem de forma livre com diferentes desenhos disponíveis em folhas que podem ser levadas para casa. Até mesmo os assentos fazem parte da exposição: os bancos foram construídos a partir de placas de trânsito.

Descendo para o 19ª andar, um labirinto curvo formado por 207 fotos iluminadas mostram uma narrativa completa das letras como forma de comunicação na cidade através das décadas. As primeiras imagens foram escolhidas de acervos e museus, seguindo para registros de Mauricio Nahas, ensaios de Renato de Cara e fotos de José Roberto D’Elboux, criador da página Tipos Paulistanos.

Ao fim, experiências interativas tecnológicas desenvolvidas por Antonio Curti e equipe inserem o espectador no universo das letras. Há jogos com a temática da tipografia, como um quiz para saber qual é a tipografia que mais combina com você, telas para escrever através de diferentes texturas e um grande painel virtual, posicionado no chão, que funde o corpo de quem passa por cima às letras.

O curador Leonel Kaz observa que a tipografia fina e alongada na fachada do prédio Banco de São Paulo, logo em frente ao Farol Santander, é muito semelhante ao formato das pixações encontradas nos muros da cidades. Se há alguma referência, Kaz não sabe dizer, mas deixa o convite para que o público não encerre a exposição no Farol e continue explorando as variadas tipografias de São Paulo ao voltar para as ruas.

Com a intenção de revitalizar o Centro e aproximar o paulistano e os turistas da cidade de São Paulo, o Farol Santander propõe encontros e descobertas. Através de entretenimento, cultura e lazer, o espaço promove eventos, exposições, arte e história.

Instalações de arte imersiva tomam conta dos andares 22 e 23, enquanto outras exposições de arte são encontradas nos andares 19 e 20. O 21º piso conta com uma pista de skate, desenvolvida por Bob Bunrquist, um dos principais skatistas brasileiros. O mirante, localizado no 26º andar, permite uma vista a 160 metros do chão da urbanização e população de São Paulo.

Horário de funcionamento: terça a domingo, das 9h às 20h. Ingressos: R$ 12,50 (meia-entrada) ou R$ 25 (inteira). Até 3/11.


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